quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Viagens por São Paulo - vila de Paranapiacaba

Buenas!




     Paranapiacaba em língua geral, isto é tupi significa lugar de onde se avista o grande rio, não existe equivalente para mar/oceano em língua indígena, eles chamavam de “grande rio” – Paraná.

     Em dias sem neblina, o que é uma constante (Adoro paisagens com neblina!), é possível ver o mar, basta ter disposição e pegar uma  trilha e comprovar que realmente se avista o mar.


Neblina, uma das construções, um dos caminhos em Paranapiacaba


     Paranapiacaba é uma vila do município de Santo André (região metropolitana de São Paulo).


Vila inglesa - portanto fog, como querem alguns


     Nasce Paranapiacaba em função da estrada de ferro (São Paulo Railway Co), ferrovia que levou muito café ao porto de Santos e passageiros também, hoje privatizada não leva mais passageiros.

     Ferrovia construída pelos ingleses, com capital inglês e do barão de Mauá. O principal empecilho era vencer o desnível da serra com o planalto, engenheiros ingleses viram ser possível e aí está a ferrovia. Ganhou concessão por 90 anos! Em São Paulo, a Estação da Luz incendiou-se! Pouco antes do término da concessão, queimaram-se documentos..., enfim isso é outra história.

     Construída na segunda metade do século XIX, a ferrovia (estação) não é a mesma, passou por intervenções, remanejamento de linha (uma segunda linha funicular), abandono e incêndio.

     Todo o conjunto (estação, museu (acervo: equipamentos...), a vila (construções) e paisagem são tombadas pelo Condephaat e IPHAN.

     O Museu Tecnológico Ferroviário ou Funicular é administrado pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), o acervo é composto por locomotivas, carro fúnebre, equipamentos para manutenção e operação do sistema funicular entre outros.


O Museu Funicular


     O sistema funicular, em resumo é o sistema de tracionamento de locomotivas e vagões por meio de cabos de aço, que funcionavam como puxa-puxa, dando sustentação as locomotivas, tanto na descida como na subida, funcionavam as máquinas em seus 5 patamares. E é no 5º patamar que fica o museu.



???   ?????? ? - Caso queira saber, vá ao Museu



     Pode se fazer um passeio de Maria-Fumaça, um trajeto curto, mas vale a pena.

     O dinheiro pago no Museu e o passeio é revertido para a restauração/manutenção da memória ferroviária. O dinheiro é pouco e muitos vagões esperam por restauro, escrever que muito há que se fazer, faz parte do senso comum e todos sabem disso, mas ao menos algo é feito.

     A vila é um museu a céu aberto, e percorrendo-a, observamos as antigas construções (algumas em ruínas, outras necessitando de urgente restauração – assim como a linha férrea), notamos uma hierarquia nas construções. São casas construídas em madeira, alvenaria; umas pequenas outras maiores; alojamento para solteiros (que vinham trabalhar na estação).

     Grande é a casa do engenheiro-chefe, transformada em museu que resolveram chamar de Castelinho. Fica num lugar privilegiado, no alto de uma colina, tem se uma visão de toda a vila, sendo isolada de todas as demais construções (questão de hierarquia, no topo os que comandam, abaixo, abaixo os outros!).

     O local foi cenário para novela “Um Homem muito Especial”, exibida pela Bandeirantes em 1980.


Se o britânicos tem os seus castelos, cá temos o nosso.


     Ainda pode visitar a Casa Fox, o Clube União Lyra Serrano, o Antigo Mercado (Antigo, talvez para diferenciar de algum mais novo ou dar certa solenidade ao local, ou talvez em sua certidão de batismo já tenha vindo com este nome, sinceramente não sei, mas afinal quase tudo é antigo na Vila). E o bar da Zilda, parada para apreciar um Cambuci.

     Cachoeiras há, trilhas que levam ao litoral também, é preciso conhecer o local, saber como se aventurar pois muitas beiram precipícios, encontrarás guias credenciados que te ajudaram nesta empreitada. Muitos se perderam por desconhecidos caminhos e necessitaram de resgate.

     Atualmente há um serviço de trem, partindo da Estação da Luz e Estação de Santo André, mas apenas nos fins de semana. A procura é grande, sendo necessário agendamento. Ou podes preferir ir em qualquer dia, descer em uma das estações históricas de Ribeirão Pires ou Rio Grande da Serra e pegar um ônibus – nesta opção descerá e conhecerá a parte alta da vila, entrará na igreja de fins do XIX, fará uma prece, visitará o cemitério que fica ao lado da igreja, talvez se apiede e veja o abandono daquela última morada.

     Passará pela passarela, verá o Relógio da Estação, grande regulador das horas, lembrando do tempo que é e do que se passou – este relógio é britânico (mas quase toda a vila o é, ao menos nasceu britânica). Chegará ao bar da Zilda...


A Torre do Relógio


     A prefeitura de Santo André tem promovido a restauração de diversos imóveis e revitalizando a Vila, temos o Carnaval e o Festival de Inverno que sempre atraem considerável público. Pousadas foram instaladas nestas antigas casas. Ateliês também.


A Parte Baixa da vila vista da Parte Alta


   

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